quarta-feira, 22 de abril de 2009

O dilema do antropólogo francês ...



Uma das atividades da interdisciplina EDUAD 027 - Filosofia da Educação - A, foi participar do FÓRUM " O dilema do antropólogo francês. A dinâmica deste Fórum foi bem interessante, pois a turma foi dividida em grupos; e estes grupos forum divididos em 2 grupos de acordo com as seguintes propostas:

1. Alguns grupos deveriam defender a atitude do antropólogo que respondeu " SIM " aos nativos de uma ilha, quando estes lhe fizeram as seguintes perguntas:

“ Você tem a pele branca, então você é um mensageiros dos deuses, ou as nossas crenças estão erradas ? ”
“ Todos os homens brancos são mensageiros dos deuses, ou as nossas crenças estão erradas ? ”

É bom lembrar que:

Claude Lee ( o antropólogo ) decidiu jamais interferir no modo de vida dos habitantes do arquipélago.

Os nativos acreditam que os mensageiros dos deuses são homens de pele branca, seres que expressam a vontade absoluta dos deuses – tudo o que disserem deverá ser obedecido.

2. Outros deveriam refutar a decisão do antropólogo francês.

Este trabalho foi um excelente exercício de raciocínio. Pois elaboramos argumentos para concordar ou contestar a atitude do antropólogo francês; justificamos estes argumentos, criamos hipóteses, duvidamos, questionamos, refletimos sobre as conseqüências de cada uma das possíveis respostas.

Também pensamos sobre neutralidade ( calar-se ), o antropólogo visando não interferir na cultura dos nativos concordou, este foi um grande equívoco.

De fato nosso amigo antropólogo francês estava diante de um grande " Dilema Moral ".

Quantas vezes nós professores enfrentamos dilemas semelhantes, quando nos deparamos com alunos com sérias dificuldades de aprendizagem. Alguns por falta de estrutura familiar, outros por problemas neurológicos, outros por serem especiais, outros devido a cultura familiar ...

Como educar estas crianças respeitando suas deficiências e necessidades especiais ?
Como evitar que elas se sintam diferentes ou incapazes ?
Acredito que a cultura da COOPERAÇÃO possa contribuir para uma educação mais justa e eficiente.
Fórum é um exercício de reflexão coletiva, onde todos contribuem com idéias e argumentos e o meu texto final foi feito com base na reflexão da professora Elaine que citou ( Habermas, 2003, p. 53 ) :

" Uma solução justa para um dilema moral é uma solução aceitável para todas as partes, cada qual considerada como livre e igual e na suposição de que nenhuma saiba que papel viria assumir na situação (problemática). "

Sendo assim aqui vou relacionar alguns dos argumentos que utilizei para refutar a decisão do antropólogo francês:

1. Mentir, deixaria os nativos vulneráveis aos seus conterrâneos inescrupulosos, que inevitavelmente um dia chegariam até a ilha.
2. A sua presença naquela cultura, para fazer uma pesquisa sobre os hábitos dos nativos, por si só seria um fator de interferência capaz de provocar mudanças.
3. Como todo ato de reciprocidade, a sua presença lá seria capaz de evidenciar a existência de desigualdades.
4. O reconhecimento de desigualdades é capaz de desencadear dúvidas e desconfianças. Destas desconfianças surgiram as 2 perguntas feitas pelos nativos referentes as suas crenças sobre “ os verdadeiros mensageiros dos Deuses “.
5. A chegada do antropólogo francês na ilha inevitavelmente criaria a relação : AGENTE X OBJETO.
6. AGENTE = Papel ATIVO ( o antropólogo ) X OBJETO ( a comunidade da ilha ) = objeto de estudos científicos.
7. Se a intenção do antropólogo era ser neutro, deveria tomar uma decisão justa para responder este dilema moral. Os parâmetros “ SIM “ e “ Não “ neste caso não são nem justos e nem neutros.
8. A resposta SIM, não interfere no modo de vida e na cultura do arquipélogo, mas os deixa vulneráveis.
9. A resposta NÃO, acabaria com uma crença de várias gerações, provocaria revolta e indignação.
10. Com a resposta TALVEZ, ele estaria semeando o discernimento naquela cultura. As duas partes envolvidas no dilema estariam igualmente se observando e se analisando.

O antropólogo por ser esta a sua missão, os nativos por estarem desconfiados e querendo saber se ele é ou não um mensageiro dos Deuses, a dúvida neste caso seria uma variante positiva, a dúvida levaria a reflexões e crescimetos.

*** Quem se habilita a contra-argumentar e contestar estas hipóteses ?

*** Como em todas as outras postagens, ficarei aguardando " COMENTÁRIOS ".

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Para refletir ...

Que linda lição Susan Boyle deu ao mundo !
Com sua simpatia e simplicidade ela veio nos lembrar de como ainda julgamos as pessoas, situações, alunos e a vida de modo geral, pelas aparências.
Todos nós possuímos múltiplas faces ... somos seres multifacetados, entretanto seguidamente visualizamos apenas uma destas faces e de acordo com esta julgamos conhecer as demais.
Quantos equívocos e quantas injustiças cometemos em insistir em pré-julgar.
Quantos talentos e sonhos já foram sufocados pelo preconceito e intolerância.
Daí surge Susan Boyle e se torna um grande sucesso mundial, talvez porque ela trouxe esperança e sonho para aqueles que já estavam soterrados pelo preconceito da sociedade.

Ela é a prova viva de que a vida é inteligente, criativa, justa, sábia e imprevisível.


domingo, 19 de abril de 2009

Dia do Índio ...



História do Dia do Índio:

Comemoramos todos os anos, no dia 19 de Abril, o Dia do Índio. Esta data comemorativa foi criada em 1943 pelo presidente Getúlio Vargas, através do decreto lei número 5.540.

Mas porque foi escolhido o 19 de abril?

Origem da data :
Para entendermos a data, devemos voltar para 1940. Neste ano, foi realizado no México, o Primeiro Congresso Indigenista Interamericano. Além de contar com a participação de diversas autoridades governamentais dos países da América, vários líderes indígenas deste contimente foram convidados para participarem das reuniões e decisões. Porém, os índios não compareceram nos primeiros dias do evento, pois estavam preocupados e temerosos. Este comportamento era compreensível, pois os índios há séculos estavam sendo perseguidos, agredidos e dizimados pelos “ homens brancos ”.
No entanto, após algumas reuniões e reflexões, diversos líderes indígenas resolveram participar, após entenderem a importância daquele momento histórico. Esta participação ocorreu no dia 19 de abril, que depois foi escolhido, no continente americano, como o Dia do Índio.

Comemorações e importância da data :

Neste dia do ano ocorrem vários eventos dedicados à valorização da cultura indígena. Nas escolas, os alunos costumam fazer pesquisas sobre a cultura indígena, os museus fazem exposições e os minicípios organizam festas comemorativas. Deve ser também um dia de reflexão sobre a importância da preservação dos povos indígenas, da manutenção de suas terras e respeito às suas manifestações culturais.
Devemos lembrar também, que os índios já habitavam nosso país quando os portugueses aqui chegaram em 1500. Desde esta data, o que vimos foi o desrespeito e a diminuição das populações indígenas. Este processo ainda ocorre, pois com a mineração e a exploração dos recursos naturais, muitos povos indígenas estão perdendo suas terras.


É grande a influência da cultura indígena na CULINÁRIA BRASILEIRA, confira receitas indígenas no link abaixo:


quinta-feira, 9 de abril de 2009

Aula presencial de 08 de Abril ...



No dia 08 de Abril/2009, participei da primeira aula presencial deste semestre da interdisciplina EDUAD 025 - Desenvolvimento e Aprendizagem sob o Enfoque da Psicologia II - A.
Foi uma noite tranquila e com muitas reflexões sobre:
  • Pedagogia Diretiva;
  • Pedagogia Não-Diretiva;
  • Pedagogia Relacional;
  • Epistemologia;
  • Aprendizagens;
  • Avaliações;
  • Desenvolvimento Infantil, de acordo com Piaget;
  • Construtivismo;
  • Ação / Interação / Cooperação e adaptação;
  • Gênese;
  • Desenvolvimento;
Pelos tópicos acima é fácil concluir que este semestre será muito bom, com temas importantes e vitais para quem trabalha com crianças. Gostei muito desta aula, saí bem motivada a colocar " as mãos na massa " .... e começar a ler todos os textos e testes que deveremos aplicar com as crianças.

sábado, 4 de abril de 2009

Auto Retrato ...





Em cada início de ano letivo, costumo realizar com meus alunos atividades para a turma se integrar e se auto-conhecer. Uma atividade que já se tornou um verdadeiro hábito em meu " Plano Anual de Curso " é a criação do seu " Auto Retrato ".
No slide acima está minha atual turma. É uma atividade simples, porém importante, pois com ela o aluno reflete e pensa sobre si e a sua imagem. Olhar para si, se autoconhecer, se aceitar e se desenhar .
Juntamente com a atividade de se auto desenhar, coloco no quadro o poema " Auto Retrato " de Mário Quintana:

O Auto Retrato

No retrato que me faço
traço a traço
às vezes me pinto nuvem,
às vezes me pinto árvore...
Às vezes me pinto coisas de que nem há mais lembrança...
Ou coisas que não existem mas que um dia existirão...
E, desta lida, em que busco pouco a pouco
minha eterna semelhança,
no final, que restará?
Um desenho de criança...
Corrigido por um louco!

Mário Quintana

Este lindo poema faz um paralelo entre a construção do auto retrato e a auto construção, enquanto pessoa.
  • O que mudou em mim enquanto pessoa ?
  • O que ainda poderá mudar ?
  • O que eu descobrí ao me auto retratar ?

É claro que normalmente meus alunos, pelo fato de serem crianças, se apegam a coisas do tipo ...- quando eu era bebê ... não sabia caminhar, hoje eu sei ... eu usava bico ... usava fraldas ... falava errado determinada palavra ... Entretanto para adultos estas reflexões causam um impacto bem maior.

E foi o que ocorreu comigo no dia 25 de março/2009, em nossa primeira aula presencial da interdisciplina " Questões Étnicas Raciais na Educação e Filosofia da Educação " com a professora Marilene Paré.

Era pré requisito levar para aula um espelho. Este fato já nos dava uma pista que seria uma aula para autoconhecimento e reflexões. E realmente foi.

Parar para se olhar e pensar no que já foi construído e no que ainda precisa ser construído ou modificado ... o que mudou ? ... o que eu preciso mudar ?

Foi uma aula cheia de energia e vibração. Adorei !

Num segundo momento, divididas em grupos, tivemos a oportunidade de olhar para as colegas e escrever um pequeno " recadinho " da imagem que percebí-a-mos pelo sentido da visão em nossas colegas. Aqui estão os 2 bilhetinhos que eu recebí das colegas:
Bia Guterres:



Cristina Coelho:

É claro que as colegas foram muito mimosas e fixaram o " foco ", apenas em aspectos positivos ! Mas, decidí deixar esta aula aqui registrada, pela semelhança entre a atividade que costumo realizar com meus alunos e também porque ela foi um excelente momento de " pausa " para reflexões e autoconhecimento.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Reflexões sobre a aula presencial de 1º de Abril ...

Por quê será que o novo e o diferente nos causa tanto impacto ?
Por quê relutamos tanto em aceitar mudanças ?
Por quê nos apegamos tanto a velhos hábitos de como fazer e pensar ?
Por quê gastamos tanta energia lutando contra o novo ?
O ato de aceitar o novo, o diferente é mais leve, suave e tranquilo do que ficar fazendo força tentando evitar o inevitável.
O inevitável é a mudança a impermanência.
Tudo na vida um dia vai mudar, vai acabar.
Segundo Keynes: " No longo prazo, todos nós estaremos mortos ".
Então vamos viver com flexibilidade e abertura para o novo.
Ser flexível e tolerante não significa perder e sim ganhar, ganhar saúde física e mental.
Nesta quarta-feira participei da 1ª aula presencial da interdisciplina Educação de Pessoas com Necessidades Especiais e durante quase uma hora, fiquei observando o movimento contrário do grupo, relutando em criar um novo PbWiki. E fiquei a pensar:
  • Estamos num curso de Educação a Distância ? Sim. Sendo assim aprender e conhecer constantemente novas ferramentas não é algo mais do que natural ?
  • No mundo digital as coisas mudam num piscar de olhos, mal dá tempo de fixar o olhar e tudo já mudou.
  • Nossa proposta com Projetos de Aprendizagem não é a construção do conhecimento ?
  • Sem autonomia e mudanças não é possível haver construção.
  • Sendo assim a melhor postura é ser flexível e acompanhar os movimentos de mudança.
  • Lembrando o velho dito popular: " Se Deus te dá um limão ... Faça uma limonada ! "
  • Se o PbWiki é editado em inglês; por que não criar o hábito de usar tradutores ?
  • Quantos mais Wikis eu criar e editar hoje ... mais segurança terei para amanhã ensinar meus alunos a também trabalharem e criarem seus próprios PbWikis.
  • Mudar nos faz bem ! É positivo ! Nos renova !

" O rio atinge seus objetivos porque aprendeu a contornar obstáculos. "

Lao Tsé

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Uma noite com muito " Asé " ...




O dia 25 de março de 2009 foi uma data de muitas energias positivas e alegrias, coforme podemos ver nas fotos do slide acima.
Foi a primeira aula presencial da interdisciplina " Questões Étnico Raciais na Educação - História e Sociologia - A ".
Foi um emocionante e inesquecível encontro com as nossas ancestralidades. É bom se olhar no espelho, parar, refletir e reconhecer que somos um misto de várias vivências, de várias pessoas que passam e já passaram em nossa vida.
Com muito " Asé " iniciamos uma nova interdisciplina, que promete ser muito produtiva e especial.
" Asé ": ( Axé ) - palavra em yorubá que na sua origem significa "assim seja", mas que no Brasil recebeu o significado de força e energia positiva .
Fonte: Profª. Marilene Paré .